O planejamento de uma cidade vai muito além da organização física do território. Ele envolve a criação de estratégias para garantir desenvolvimento sustentável, geração de empregos e atração de investimentos, tendo por objetivo a melhoria da qualidade de vida da população. 

No contexto econômico, planejar significa entender profundamente as potencialidades e fragilidades locais, para que as políticas públicas possam impulsionar setores estratégicos e reduzir gargalos que limitam o crescimento.

Londrina, como importante polo regional, possui características econômicas que precisam ser bem compreendidas para orientar decisões de gestão e compete à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Tecnologia - SMPOT, grande parte deste esforço.

Controlar o orçamento ... 

A SMPOT é responsável por garantir que as ações e os investimentos estejam alinhados ao que foi estabelecido na Lei Orçamentária Anual, o que inclui acompanhar a execução de despesas e receitas, ajustar metas e prazos e assegurar que a aplicação dos recursos públicos seja eficiente, transparente e em benefício da população.

... disponibilizar tecnologias ...

Também compete à SMPOT garantir a modernização administrativa e a desburocratização, facilitando a vida de cidadãos e empreendedores e tornando a cidade mais atrativa para novos negócios por meio da simplificação de processos, digitalização de serviços e disponibilização de ferramentas de dados que aprimorem a gestão das demais secretarias.

... e planejar o futuro...

Mas a tarefa mais desafiadora da SMPOT é alinhar as iniciativas do poder público para construir as bases de uma economia sustentável e resiliente, o que exige estratégias claras e de longo prazo, que envolvam investimentos planejados, diversificação de setores econômicos, desenvolvimento de infraestrutura e promoção da inovação.

... reconhecendo nossas forças e fraquezas.

Londrina é glamurosa, mas lembra um grã-fino que perdeu a fortuna e tenta manter um estilo de vida insustentável. Sua infraestrutura e economia já foram referência, mas desafios estruturais exigem modernização urgente. Sem planejamento estratégico e investimentos corre o risco de ver seus antigos luxos se tornarem um fardo insuportável.

Menos ricos que nossas congêneres ...

Enquanto Londrina prevê para 2025 um investimento per capita de R$ 6.041, nossa parceira Maringá destinará R$ 7.642 por habitante ou 26,5% a mais, Caxias do Sul investirá 31,1% mais, São Bernardo do Campo 32,4% e Joinville 43,7%. Isso significa que os moradores dessas cidades terão, no mínimo, ¼ a mais de recursos disponíveis que nós.

... porque não entra dinheiro novo...

Dois setores da economia trazem dinheiro para fazer circular na economia local: o Turismo e a Industria. Uma análise dos dados do CAGED de dezembro mostra que Londrina conta com 12,5% de seus trabalhadores com carteira assinada trabalhando na indústria.

..., seja pela Indústria ...

O percentual de trabalhadores neste setor na comparação com o total de empregados é 42% maior em Maringá, 100% maior em São Bernardo do Campo, 160% maior em Joinville e 255% maior em Caxias do Sul. Fica claro a relação entre cidades mais ricas e a participação do trabalho na indústria.

..., seja pelo Turismo.

A mesma relação pode ser feita com o Turismo. Cidades que atraem mais visitantes também injetam mais dinheiro novo na sua economia. Portanto Londrina precisa de uma estratégia deliberada de industrialização e investimento no turismo.

Agora é pôr a mão na massa...

Quem acompanha a coluna, deve se perguntar se não me canso de ser repetitivo. E tem razão, mas agora chegou o momento de deixar a teoria e passar para a prática. O prefeito Tiago Amaral definiu cinco projetos estruturantes como parte deste esforço por transformar nossa matriz econômica.

... e construir o futuro que queremos.

1) a reinvenção do quadrilátero central, 2) consolidação do maior parque linear urbano da América Latina, 3) Projeto 70-30, voltado à mobilidade urbana, 4) Projeto G10 Integrado, focado na otimização da infraestrutura viária rural entre Londrina e os dez municípios limítrofes, e 5) Plano de Reindustrialização Inteligente.

Detalhes ficam para depois.

Cada projeto traz desafios significativos e exige um planejamento estruturado, baseado em estudos técnicos, participação social e gestão eficiente, garantindo impacto positivo na cidade. Nas próximas colunas, detalharei cada um à medida que forem sendo socialmente desenvolvidos.


Marcos J. G. Rambalducci - Economista, Professor da UTFPR e Secretário de Planejamento, Orçamento e Tecnologia do municipio de Londrina.