Olá, meus caros. Na coluna de Economia da Folha de Londrina da semana passada (28), li sobre a reunião em Brasília entre nossas lideranças e o setor privado com a Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário. O tema central foi a implantação do transporte ferroviário de passageiros entre Londrina e Maringá.
A implementação do ‘Trem Pé-Vermelho’, além de ser um sonho antigo da nossa região, é uma medida fundamental para dar a dinâmica necessária à consolidação da Aliança Estratégica entre essas duas cidades.
Essa aliança, proposta pela sociedade civil e pelo setor público, liderada pelo SEBRAE, visa capturar as sinergias entre Londrina e Maringá para acelerar processos de inovação e desenvolvimento.
Um exemplo notável desse tipo de aliança é a parceria entre Copenhague, na Dinamarca, e Malmö, na Suécia, que transformaram sua proximidade geográfica em uma poderosa cooperação estratégica. Separadas apenas pelo estreito de Öresund (14 km), essas cidades eram tradicionalmente vistas como rivais econômicas e culturais. No entanto, a construção da ponte Öresund, inaugurada em 2000, não apenas uniu fisicamente as duas, mas também catalisou uma colaboração sem precedentes.
Copenhague e Malmö decidiram unir forças para se consolidarem como um hub regional de inovação, negócios e sustentabilidade. Essa parceria impulsionou o crescimento econômico da região, atraindo investimentos internacionais e promovendo a mobilidade de talentos e ideias.
Tive a oportunidade de percorrer o trajeto entre essas duas cidades e observar como essa aliança transformou a dinâmica local, promovendo o desenvolvimento e o crescimento de ambas. Vejo uma enorme similaridade e potencial na parceria entre Maringá e Londrina.
Há três anos, participei das primeiras reuniões no SEBRAE, focadas em entender como criar uma aliança estratégica que capitalizasse o melhor de cada cidade por meio de projetos colaborativos, troca de conhecimentos e iniciativas para alavancar o potencial econômico e inovador da região.
A proposta inicial era iniciar essa integração por meio das governanças de inovação, que já estavam em processo de consolidação em Londrina, mas ainda eram incipientes em Maringá. Desde a primeira reunião, ficou claro para mim que o sucesso dessa iniciativa dependeria de um fluxo facilitado de pessoas entre as duas cidades.
Assim como a ponte de Öresund foi crucial para a integração entre Copenhague e Malmö, uma linha ferroviária entre Londrina e Maringá traria a fluidez necessária para unir as cidades. Esse transporte mais ágil permitiria que profissionais de diversas áreas, estudantes, pesquisadores e empreendedores tivessem mais oportunidades de participar de eventos, reuniões e workshops, promovendo um ambiente de colaboração mais ativo.
Além disso, a facilidade de deslocamento fortaleceria as redes profissionais e criaria parcerias, permitindo que ideias inovadoras se desenvolvam e se concretizem em novos projetos e negócios.
As ideias circulam melhor quando as pessoas circulam. Não são as cidades e empresas que criam parcerias; são as pessoas que as constroem. Facilitar a interação e o encontro entre indivíduos é o que realmente aproxima e transforma essas conexões em colaborações estratégicas bem-sucedidas.
Quando jogarem Tubarão e Dogão, vamos torcer pela vitória do Londrina, mas quando o propósito é o desenvolvimento conjunto, o empate é o melhor resultado.
Pensa nisso. Te vejo na próxima coluna e até lá se cuida.
Dr. Marcos J. G. Rambalducci, Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras.