Olá, meus caros. Amanhã participo na condição de mediador, da 22ª edição do ‘Encontros Folha’, um evento promovido pelo grupo Folha de Londrina, que busca debater temas sociais E ECONÔMICOS relevantes, e que neste encontro trará uma discussão sobre o cenário positivo para nossas exportações e como boas práticas podem ser aplicadas para otimizar operações de comercio exterior. Na coluna de hoje, faço um apanhado daquilo que justifica colocar este tema em debate.
O Brasil alcançou um marco histórico em suas exportações em 2023, ultrapassando a marca de US$ 340 bilhões. O superávit da balança comercial, que é a diferença entre o que compramos de fora e o que vendemos pra fora, também bateu recorde, atingindo US$ 98,8 bilhões, um crescimento de 60% em relação ao ano anterior. Ou seja, é dinheiro que entrou em nossa economia.
Com exportações de US$ 255 bilhões até setembro, as perspectivas para 2024 são ainda mais promissoras, indicando que o país pode superar o recorde do ano passado. E isso é importante porque vender produtos e serviços para o exterior significa estimular a produção nacional, abrindo novos mercados, estimulando a geração de empregos e promovendo o crescimento econômico em um efeito em cadeia.
As receitas provenientes das exportações permitiram que o Brasil acumulasse reservas internacionais em torno de US$ 372 bilhões que atuam como um escudo protetor da nossa economia, especialmente nestes dias de alta volatilidade do câmbio. E vale lembrar também que as exportações, a partir do boom das commodities no início dos anos 2000, desempenharam um papel fundamental no pagamento da dívida externa brasileira ao gerar receita em dólares, permitindo a quitação antecipada da dívida com o FMI em 2005, um marco inimaginável alguns anos antes.
Parte significativa de nossas exportações, são de origem agropecuária, que até setembro representaram 23% do total, mas é um erro pensar que isso se traduz em baixo valor agregado por ser produto primário. A produção agropecuária de exportação, com alta tecnologia como sementes modificadas, melhoramentos genéticos, automação e robotização, aumentam a produtividade, reduzem custos e demandam infraestrutura avançada e mão de obra qualificada.
Em cada saca de soja exportada, embarcamos o conhecimento de nossos pesquisadores e a expertise de nossos produtores. Cada semente que atravessa as fronteiras carrega consigo um conjunto na vanguarda das inovações que se traduz em agregação de valor a nossos produtos.
O cenário atual oferece ao Brasil uma oportunidade estratégica para aumentar nossas exportações, explorando novos mercados e diversificando a pauta, especialmente em razão da valorização de práticas ecológicas no agronegócio e na indústria.
A crescente demanda por produtos ecologicamente corretos abre portas para uma gama ainda maior de exportações brasileiras, posicionando o país como um parceiro estratégico para aqueles que buscam desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental.
É preciso identificar as vantagens competitivas, investir em inovação, construir marcas fortes e superar os desafios existentes. Ao adotar essas estratégias, o Brasil pode se consolidar como um player global relevante e aumentar sua participação no comércio internacional.
Pensa nisso. te vejo na próxima coluna e até lá, se cuida.
Marcos J. G. Rambalducci - Economista, Professor da UTFPR.