04 de novembro de 2024

Olá, meus caros. Amanhã participo na condição de mediador, da 22ª edição do  ‘Encontros Folha’, um evento promovido pelo grupo Folha de Londrina, que busca debater temas sociais E ECONÔMICOS relevantes, e que neste encontro trará uma discussão sobre o cenário positivo para nossas exportações e como boas práticas podem ser aplicadas para otimizar operações de comercio exterior. Na coluna de hoje, faço um apanhado daquilo que justifica colocar este tema em debate.

O Brasil alcançou um marco histórico em suas exportações em 2023, ultrapassando a marca de US$ 340 bilhões. O superávit da balança comercial, que é a diferença entre o que compramos de fora e o que vendemos pra fora, também bateu recorde, atingindo US$ 98,8 bilhões, um crescimento de 60% em relação ao ano anterior. Ou seja, é dinheiro que entrou em nossa economia.

Com exportações de US$ 255 bilhões até setembro, as perspectivas para 2024 são ainda mais promissoras, indicando que o país pode superar o recorde do ano passado. E isso é importante porque vender produtos e serviços para o exterior significa estimular a produção nacional, abrindo novos mercados, estimulando a geração de empregos e promovendo o crescimento econômico em um efeito em cadeia.

As receitas provenientes das exportações permitiram que o Brasil acumulasse reservas internacionais em torno de US$ 372 bilhões que atuam como um escudo protetor da nossa economia, especialmente nestes dias de alta volatilidade do câmbio. E vale lembrar também que as exportações, a partir do boom das commodities no início dos anos 2000, desempenharam um papel fundamental no pagamento da dívida externa brasileira ao gerar receita em dólares, permitindo a quitação antecipada da dívida com o FMI em 2005, um marco inimaginável alguns anos antes.

Parte significativa de nossas exportações, são de origem agropecuária, que até setembro representaram 23% do total, mas é um erro pensar que isso se traduz em baixo valor agregado por ser produto primário. A produção agropecuária de exportação, com alta tecnologia como sementes modificadas, melhoramentos genéticos, automação e robotização, aumentam a produtividade, reduzem custos e demandam infraestrutura avançada e mão de obra qualificada.

Em cada saca de soja exportada, embarcamos o conhecimento de nossos pesquisadores e a expertise de nossos produtores. Cada semente que atravessa as fronteiras carrega consigo um conjunto na vanguarda das inovações que se traduz em agregação de valor a nossos produtos.

O cenário atual oferece ao Brasil uma oportunidade estratégica para aumentar nossas exportações, explorando novos mercados e diversificando a pauta, especialmente em razão da valorização de práticas ecológicas no agronegócio e na indústria.

A crescente demanda por produtos ecologicamente corretos abre portas para uma gama ainda maior de exportações brasileiras, posicionando o país como um parceiro estratégico para aqueles que buscam desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental.

É preciso identificar as vantagens competitivas, investir em inovação, construir marcas fortes e superar os desafios existentes. Ao adotar essas estratégias, o Brasil pode se consolidar como um player global relevante e aumentar sua participação no comércio internacional.

Pensa nisso. te vejo na próxima coluna e até lá, se cuida.

Marcos J. G. Rambalducci - Economista, Professor da UTFPR.