Olá, meus caros. A Inspiração para a coluna de hoje me veio a partir da leitura da coluna do Economista André Nassif no Jornal Valor Econômico do último dia 30 onde ele aborda com muita propriedade a necessidade de um processo de reindustrialização da economia brasileira.
Ele argumenta a favor de uma política industrial abrangente e integrada que promova a reindustrialização, a inovação tecnológica, a infraestrutura eficiente e a transição para tecnologias verdes como estratégias para impulsionar o desenvolvimento econômico no Brasil.
O que o autor coloca em termos de Brasil se encaixa como uma luva naquela que deve ser a bussola para o processo de reinserção industrial de Londrina, qual seja, ‘foco na atração de empresas de base tecnológica que apresentem sinergia com nossas competências’.
Nassif recorda que o Brasil experimentou uma desindustrialização prematura, com a participação do valor adicionado manufatureiro no PIB caindo de 21,1% para 11,9% entre 1980 e 2020. Situação não diferente da de Londrina.
Este processo de desindustrialização atingiu não apenas subsetores de alta tecnologia como os de máquinas, equipamentos e setor químico, mas também de baixa tecnologia como a indústria têxtil, metalurgia básica, alimentos e bebidas).
Mas é sumamente importante que trabalhemos na reversão desta tendência pois é a indústria é que dá tração ao desenvolvimento na medida que é onde se dá a acumulação de capital e são engendrados e difundidos os avanços tecnológicos que proporcionam economia de escala e consequente avanço na produtividade. Reindustrialização precisa ser a tônica de nosso desenvolvimento.
Neste processo de reindustrialização é fundamental que se façam escolhas estratégicas, priorizando segmentos em que Londrina tenha maior potencial de alcançar vantagens comparativas dinâmicas e onde a transição para tecnologias verdes, aquelas ambientalmente preservacionistas, seja a base da alavancagem tecnológica.
E uma análise de nossos potenciais associado às ofertas do ensino superior proporcionado pelas nossas universidades me levam a sugerir a atração de 5 empresas de base tecnológica capazes de serem âncoras para este processo.
Todas elas precisam ser de classe mundial, mas poderíamos centrar esforços na atração de uma indústria de drone agrícolas; uma indústria de veículos elétricos de última milha; uma indústria de células fotovoltaicas; uma indústria de robôs industriais e uma indústria de plant-based (Indústria de proteínas à base de plantas).
É também importante considerar que dois requisitos são essenciais para o sucesso de uma proposta desta natureza, seja ela em âmbito local ou nacional: harmonização da política industrial com as demais políticas públicas e governança e cooperação entre instituições públicas e privadas.
É perceptível o esforço de determinados segmentos da sociedade para caminharmos neste sentido, mas é preciso insistir até que essa ideia aça parte do nosso inconsciente coletivo transformando-se em fonte de energia criativa e de inspiração congregando toda a sociedade nesta investida.
Pensa nisso, te vejo na próxima coluna e até lá se cuida.
Dr. Marcos J. G. Rambalducci, Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras.