13 de outubro de 2023
Olá, meus caros.
A interação entre a economia e a mudança no perfil demográfico, especialmente o envelhecimento da população, tem se tornado um tema central nas discussões sobre desenvolvimento socioeconômico. O envelhecimento da população, impulsionado por fatores como aumento da expectativa de vida e declínio nas taxas de natalidade, apresenta desafios e oportunidades significativas para as economias modernas. Na coluna de hoje procuro mostrar como os números revelam uma oportunidade para quem quer empreender em um mercado absolutamente promissor.
Na semana passada o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou novo recorte do Censo Demográfico 2022, mostrando a disparada no índice de envelhecimento da nossa população.
Estudo dos dados do censo de 2022 revela que 15,8% de nossa população tem 60 anos ou mais, o que significa crescimento de 46% em relação a 2010 quando esta faixa da população representava 10,85% dos brasileiros. E veja estes dados - O ‘Indice de envelhecimento’ que é obtido pela divisão entre o número de idosos em relação a grupo de 100 crianças de até 14 anos. No Brasil este indicador está em 80, ou seja, existem 80 pessoas com mais de 60 anos para cada grupo de 100 crianças.
Regiões Sul e Sudeste são aquelas que apresentam as maiores proporções de pessoas com mais de 60 anos, totalizando 17,6% do contingente populacional, sendo que o Paraná conta 1,9 milhões ou 5,9% da população brasileira nesta faixa de idade.
Mas a situação é ainda mais acentuada aqui em Londrina. Nossa cidade apresenta uma taxa de envelhecimento bastante superior à média nacional. Somos 105 pessoas acima de 60 anos para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos. Considerando a faixa acima de 65 anos são 75 a cada 100 crianças.
Estes dados precisam orientar nossas políticas públicas, programas sociais e estratégias de cuidados de saúde. E para o setor privado, revela uma série de oportunidades ligadas ao envelhecimento da população. A chamada ‘economia prateada’ representa um mercado crescente para produtos e serviços adaptados às necessidades e preferências dos idosos. Empreendedores têm a oportunidade de desenvolver tecnologias, produtos e serviços específicos para este grupo.
Tecnologias assistivas para monitoramento da saúde, moda e design relacionados a mobilidade, habitações adaptadas e automatizadas, viagens e experiências turísticas, serviços ligados à alimentação, são alguns exemplos de demandas a serem exploradas para este segmento de consumidores.
O desenvolvimento de produtos para pessoas acima de 60 anos requer uma abordagem centrada no usuário, levando em consideração as características físicas, cognitivas e emocionais específicas desse grupo demográfico. Se você entender estas necessidade e se predispor a atende-las terá em mãos uma excelente oportunidade de negócios.
Pensa nisso, te vejo na próxima coluna e até lá se cuida.
Dr. Marcos J. G. Rambalducci, Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras.