27 de maio de 2024

2024/05/27

Olá meus caros. A expectativa para um crescimento nas vendas do varejo por ocasião da comemoração do dia das mães frustrou um pouco os comerciantes, aponta pesquisa da FACIAP – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná, que revela uma queda média de 6,5% nas vendas na comparação com a ano passado. 

Mas um detalhe chamou a atenção: praticamente não houve compras em Londrina realizadas com pagamento à vista em dinheiro. Compras no cartão e PIX representaram 98% das formas de pagamento utilizadas. Chamo atenção na coluna de hoje para este fato, pois a tecnologia e as mudanças no comportamento do consumidor poderão impactar negativamente quem se atrasar na adoção de soluções que atendam a esta tendência que foi muito acelerada por situações fortuitas.

A transição para um mundo sem dinheiro físico já vinha acontecendo gradualmente, impulsionada pela conveniência e segurança dos pagamentos eletrônicos, mas a pandemia de COVID-19 acelerou significativamente esse processo, especialmente entre as famílias em condições de vulnerabilidade.

A bancarização forçada dessas famílias, impulsionada pelas transferências governamentais por meio de contas da Caixa Econômica Federal (CEF), desempenhou um papel crucial nesse contexto ao incluir milhões de pessoas que antes não tinham acesso a serviços bancários.

A necessidade de aprender a usar os novos serviços digitais forçou uma rápida adaptação, exigindo que aprendessem como usar aplicativos bancários, realizar transferências eletrônicas e utilizar cartões de débito, o que, por sua vez, aumentou a familiaridade com os meios de pagamento eletrônicos.

Se de fato, a pandemia se foi, ela deixou como legado a mais extraordinária e veloz inclusão bancária da história, inimaginável em tempos normais e fundamentada em soluções tecnológicas espetaculares como o PIX e a bancarização móvel.

Vale lembrar aqui que em novembro de 2020 o Banco Central disponibilizava o PIX, um sistema de pagamentos instantâneos e gratuito que permite a transferência de dinheiro em tempo real, a qualquer momento. Para termos uma ideia da adesão a esta solução em abril, mês passado, foi superada a marca de 163 milhões de usuários e mais de 200 milhões de transações por dia, conforme revela o site de estatísticas do BC.

Mais de 60% dos consumidores estão realizando pagamentos por aproximação usando seu cartão, celular, relógio ou outro dispositivo, sendo que no celular já são mais de 34% das pessoas que disponibilizam este formato em seus aparelhos.

Em vem mais por ai. O Drex é uma iniciativa do Banco Central do Brasil para criar a versão digital da moeda brasileira, o Real digital, emitido e regulamentado pelo Banco Central, projetada para complementar outros meios de pagamento eletrônico, como o PIX.

O Drex tornará os pagamentos e transferências ainda mais fáceis e acessíveis, substituindo a carteira tradicional por  uma carteira eletrônica onde poderemos armazenar, transferir e gerenciar esta nova moeda digital.

Assim como o PIX levou a extinção os DOCs e TEDs, interrompidos em março deste ano, o cheque e o dinheiro em espécie parecem estar também com os dias contados.

È fundamental que todo varejista, todo comerciante, e todo empreendedor esteja atento e invista em sistemas de pagamentos modernos e seguros para também não caírem na obsolescência e consequente extinção. Mesmo porque atras destas mudanças surgirão novas oportunidades.

Pensa nisso. Te vejo na próxima coluna e até lá se cuida.

   

Dr. Marcos J. G. Rambalducci, Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras.