Olá, meus caros. Minha primeira fala quando inicio com uma nova turma nas disciplinas de Economia é esclarecer-lhes que a tendência é que menos de 50% deles venham a trabalhar com carteira assinada após concluir seus estudos.
Incutir neles uma mentalidade empreendedora os direciona para identificar problemas do mundo real na busca por soluções criativas e inovadoras. Mas iniciar um negócio próprio não é fácil e requer planejamento cuidadoso e consideração de vários fatores. Abordo aqui alguns dos pontos comuns a qualquer iniciativa empreendedora.
A boa ideia para um novo negócio é aquela que está voltada a solucionar um problema real de maneira inovadora. Assim, a ideia para um novo negócio é resultado da percepção de algo que incomoda e pode ser melhorado.
Mas para encontrar a solução de um problema o primeiro passo é ter clareza do problema que se quer solucionado. A preconcepção de ideias e a formulação de soluções antes de entender claramente o problema é a receita para o fracasso de um novo negócio.
Levantado o problema e encontrada uma solução para ele é preciso saber se esta solução é viável economicamente. É hora de avaliar os custos de implementação da solução, os recursos necessários e o tempo para alcançar resultados significativos.
Agora, uma boa ideia, para se tornar um negócio é aquela que pode ser replicada, ou seja, adotada e utilizada com sucesso em diversas circunstâncias, seja em diferentes locais geográficos, em escalas variadas ou em contextos diversos, mantendo sua eficácia e impacto.
A solução para um problema real, que resulte em ganhos efetivos para o cliente, que justifique ele a pagar por ela e que você possa levá-la como solução para outros clientes é o que pode ser chamado de ‘uma boa ideia’. Não esquecer que alcançar esta resposta exigirá pesquisa de mercado e preparo pessoal.
Pois veja, uma vez estando seguro de que tem uma proposta que pode se transformar em negócio o próximo você precisa se preparar mentalmente para se tornar um empreendedor, sabendo que se trata de uma jornada desafiadora e emocionalmente exigente, repleta de altos e baixos.
Então, comece por identificar seus pontos fortes e fracos, conheça suas habilidades, paixões e áreas que precisam de desenvolvimento. Saber das virtudes e limitações ajudará a tomar as melhores decisões no tempo certo.
E mais uma coisa, a responsabilidade de tomar decisões críticas, lidar com incertezas, enfrentar desafios financeiros e gerenciar equipes cria níveis de estresse, que mal controlados vai te levar a decisões precipitadas sem a devida avaliação das consequências.
Para que a ansiedade e a estafa não levem a más decisões, pratique a gestão de tempo focando naquilo que é importante e não tente fazer tudo ao mesmo tempo, cuide da saúde e compartilhe com pessoas próximas, especialmente com outros empreendedores.
Por fim, é comum que a iniciativa de empreender seja tomada quando se está passando por dificuldades financeiras ou falta de emprego. Essa é seguramente não é a melhor hora para dar início a um novo negócio, que pode ser limitante, mas não impeditivo.
O empreendedor, com uma boa ideia, conhecimento do mercado e preparado mentalmente, não precisa de dinheiro seu. Precisa sim colocar no papel os tópicos descritos acima, de maneira a explicitar o potencial de retorno do projeto, a potenciais investidores.
Deixar claro o problema que seu produto resolve e os resultados obtidos por quem o utiliza, qual é a dimensão do mercado que pode atender, qual o investimento necessário e o retorno do negócio garantirão os recursos necessários para sua implementação.
Então, um negócio bem sucedido requer, uma solução que resolva um problema, uma pesquisa de mercado, preparo pessoal e um plano de negócios. Junte isso e está no caminho do sucesso.
Pensa nisso, te vejo na próxima coluna e até lá se cuida.
Dr. Marcos J. G. Rambalducci, Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras.